A escritora Erica Jong disse certa vez que “um escritor nasce no momento em que a sua voz autêntica se funde, no calor de sua excitação máxima, com o assunto que ele nasceu para tratar. A literatura se dissolve e o que resta é vida – vida crua, palpitante, uma cusparada na face da Arte, nas palavras de Henry Miller. Toda geração, todo escritor, tem de redescobrir a natureza. As convenções literárias tendem a se cristalizar com o tempo, e o que um dia foi jovem envelhece. É preciso que uma nova voz corajosa descubra a vida real enterrada sob décadas de poeira literária".

Com essas palavras como inspiração primordial, “O Caminho dos Excessos”, livro de estreia de Zeka Sixx, reúne trinta e dois contos que retratam uma obsessão por um estilo de vida que deixa marcas indeléveis em seus seguidores. Uma interminável sucessão de orgias, bebedeiras, ilusões e emoções baratas. Uma eterna busca pelo que há de selvagem, caótico e, contudo, previsível na alma das pessoas. Um passeio embriagado e trôpego por sobre a tênue linha entre o satírico, o lírico e o épico. Fluidos corporais, órgãos genitais, musas, anjos-demônios, cavalos, fogo, pornografia, seres mitológicos, amor, dor e desespero se fundem em um guia de depravação que nos leva, apesar de tudo, a manter sempre um sorriso cafajeste no rosto. “O Caminho dos Excessos” é uma obra para todos aqueles que acreditam no instinto sobre o raciocínio, no estilo sobre o conteúdo e no excesso como virtude.